RAZÕES PARA NÃO INICIAR NO MUNDO DAS APOSTAS

A Explosão das Apostas Online no Brasil: Desafios e Soluções para uma Epidemia Digital

Nos últimos anos, o Brasil tem vivenciado uma verdadeira explosão nas apostas online, especialmente nas chamadas "bets" esportivas. De janeiro a julho de 2024, cerca de 25 milhões de brasileiros fizeram sua primeira aposta, um número impressionante que revela a dimensão desse fenômeno. Para se ter uma ideia, o coronavírus levou quase um ano para atingir a mesma quantidade de pessoas. Mas o crescimento acelerado desse mercado não veio sem consequências: perdas financeiras, impacto na saúde mental e desafios regulatórios são apenas algumas das questões que precisam de atenção urgente.

O Crescimento das Apostas Online: Como Chegamos Aqui?

A liberação das apostas esportivas no Brasil aconteceu em 2018, mas o mercado cresceu de forma desenfreada até 2024, quando as primeiras regulamentações começaram a ser discutidas. Nesse período, milhões de brasileiros foram atraídos pela promessa de ganhos rápidos. O resultado? Cerca de R$ 24 bilhões foram perdidos em apostas, um valor que poderia financiar a construção de milhares de creches e escolas pelo país.

Além das apostas esportivas, há o crescimento de cassinos virtuais e jogos de sorte, como o famoso "Jogo do Tigrinho", que dependem exclusivamente de algoritmos e sorte, sem qualquer estratégia envolvida. Essas plataformas, muitas vezes, estimulam o vício, criando um ciclo difícil de quebrar.

Os Impactos Sociais e Psicológicos das Apostas

A dependência em jogos de azar é reconhecida pela Associação Americana de Psiquiatria como um transtorno mental. A sensação de ganhar ativa o sistema de recompensa do cérebro, liberando dopamina e incentivando o apostador a repetir a ação. No entanto, as perdas constantes geram frustração, ansiedade e, em casos extremos, depressão.

Pesquisas realizadas em 142 cidades brasileiras indicam que 30% dos entrevistados sofreram impactos negativos em seus relacionamentos devido às apostas. Além disso, 37% admitiram ter usado recursos destinados a despesas essenciais para manter o hábito.

O Que o Mundo Tem Feito para Controlar o Problema?

Vários países enfrentaram o crescimento das apostas online e adotaram estratégias eficazes. Veja alguns exemplos:

• Noruega: Implementou um monopólio estatal, restringiu o funcionamento dos cassinos online durante a madrugada e estabeleceu limites de perdas.

• Canadá (Ontário): Proibiu o uso de celebridades e atletas em campanhas de apostas, reduzindo a atração para os jovens.

• Bélgica: Vetou anúncios de apostas em locais públicos e na mídia tradicional.

• Reino Unido: A Premier League proibiu patrocínios de casas de apostas nas camisas de seus times até 2026.

Qual o Melhor Caminho para o Brasil?

Proibir ou regulamentar? Essa é a grande questão. Proibir completamente pode incentivar o mercado ilegal, dificultando a fiscalização e a arrecadação de impostos. Por outro lado, a regulamentação precisa ser feita com responsabilidade e eficiência.

Algumas medidas importantes incluem:

• Campanhas Educativas: Informar a população sobre os riscos das apostas.

• Tributação Consciente: Destinar parte da arrecadação para a saúde pública e tratamento de dependentes.

• Restrições Publicitárias: Proibir o uso de influenciadores e figuras públicas em propagandas direcionadas aos jovens.

• Limites de Apostas: Definir tetos para evitar perdas excessivas.

Conclusão

A epidemia das apostas online no Brasil exige ação imediata e coordenada. O país pode se inspirar em experiências internacionais bem-sucedidas para encontrar um equilíbrio entre a liberdade de mercado e a proteção social. O importante é garantir que o entretenimento não se transforme em sofrimento.

Fica a reflexão: O Brasil deveria proibir ou regular as apostas online?

Fonte: Pesquisas feitas na Internet em sites especializados no assunto.